quinta-feira, 10 de abril de 2008

A minha Maratona

A horas da partida, depois de uma semana atribulada (a começar pela péssima experiência desportiva nos Sinos), deixo aqui o meu testemunho de uma preparação muito difícil. Sinto que nunca recuperei a sério de Florença. Raros foram os treinos em que me senti leve e em forma. Os treinos pareciam não resultar nas adaptações fisiológicas esperadas. Talvez porque o meu tempo de recuperação era quase sempre tempo de "aceleração" no trabalho. Nesta história, enalteço também 3 apectos:

- O apoio incondicional do galego Elvis Carnero, que tudo (me) fez para que a preparação fosse o mais científica possível. Obrigado.

- O almoço no Villa Italia após o longo longão. Não teve preço... pela companhia e conversa, qualidade da comida, significado simbólico desse treino e ambiente fantástico a ver o mar, numa calma tarde de Primavera. Momentos que ficam.

- Os muitos treinos com o Presidente, sempre próximo e atento, sempre solidário e amigo, na sabedoria e calma dos seus 43 anos :)

Mas o caminho é para a frente! E ainda que bater 3h00 não seja de todo realista, vou participar na Maratona de Londres - que privilégio! E com os compinchas de sempre (menos uns que por cá ficam a torcer - e por essa altura já a doer!). O desafio é mesmo PARTicipar... ou seja, fazer PARTE. Da feira da prova. Das grandes massadas do dia anteror. Do pequeno-almoço no Domingo (lá vou ter de fazer de Xerife Nutricional, já sei...). Da excitação de chegar ao local da partida. De fechar os olhos uns segundos antes do tiro (para melhor sentir e absorver a energia daquele grupo de gente maluca). De desejar boa prova aos colegas, com aquele olhar cúmplice de quem sabe que não se faz isto todos os dias. De olhar à minha volta a apreciar a diversidade de corredores unidos para a mesma meta (milhares de metas distintas, de facto). De saber que pelas mesmas ruas correram minutos antes verdadeiros atletas. De ouvir o meu nome e ver na cara (nos olhos) das pessoas na rua genuíno encanto com tamanho espectáculo humano. De sentir os kms nas pernas... De temer não chegar ao fim. De saber que vou chegar ao fim. De chegar ao fim ainda a correr. De cruzar a meta com um sorriso e uma sensação que não se descreve... Para poucos minutos depois começar a desejar participar noutra. Apenas porque posso. E porque quero.





1 comentário:

António Bento disse...

excelente, excelente, excelente.
fica desde já uma ideia, este belíssimo texto do nosso guru pedro t. pode ser o "intróito" para o livro que o gafe vai publicar um dia, com as experiência do gafe, de todos e de cada um, como forma de incentivo à prática da corrida e de exercício.
ab