quarta-feira, 16 de abril de 2008

Lisbon Gold Marathon pelo Tartaruga

pelas 15:50 chegámos a sete rios. na zona da partida os ciclistas estavam prontos a partir para a marathon bike. havia cor e animação.
o espaço não era muito mas dava perfeitamente para aquecer nas calmas. as “casas de banho” eram mais do que suficientes e sem filas. o stresse dos “gels” terem ficado em casa aborreceu-me (estúpido …). a cristina lá foi com as crianças. foi ½ hora com alguma angústia pois sabia que não davam gel nos abastecimentos e são mesmo necessários. finalmente a resignação. chegara a hora da partida e nada de gel. lá parti. a 1ª surpresa, logo na 1ª curva: parada num semáforo com as crianças a gritarem das janelas do carro, a cristina passa-me 2 “gels” para a mão. fiquei grato. remediara-se e agora era seguir. estava calor. tentei ajustar o ritmo mas comecei a perceber o desajuste entre o gps e as marcas oficiais escritas no chão. ao 3º quilometro, pela zona do campo pequeno lá consegui estabilizar. vento sempre contra até virar no campo grande. no regresso pelos túneis e antes da av. da república as buzinadelas do costume. incomodam. poderão ser evitadas se for publicitado o corte no trânsito. lado a lado com uma fila de carros, a inalar uns fuminhos, lá seguimos até ao saldanha. a partir daí foi sempre a descer, sem carros ao lado mas com buzinadelas. a avenida da liberdade estava linda. as árvores faziam sombra, um chapéu verde a proteger-nos. circulava gente pela rua sem trânsito, sem incomodar os atletas e até incentivando. nos restauradores um grupo de jovens já animados ofereceram-me uma cerveja. saberia bem concerteza pois estava quente. muita gente no rossio e o café nicola com grande animação na esplanada, pois a tarde era convidativa. rapidamente a chegada à praça do comércio e a viragem para o cais do sodré. o vento contra começava a sentir-se mais forte. tentei gerir o ritmo. no cais do sodré uma malta britânica dava o incentivo e fazia a festa por detrás dos baldes de cerveja. começava a ter a percepção dos companheiros de ritmo, a partir dos 12 km. o 1º cruzamento com o tiago que avançou e que eu haveria de tornar a ver pelos 28 km. em belém uma boa surpresa – um grupo de escuteiros incentivava estridentemente os atletas. soube bem! por alturas de algés a malta, a cristina, rodrigo e andré. o andré ainda correu um pouco ao meu lado e deram-me uma boa força. na meia a confirmação de que era preciso gerir bem o ritmo. na cruz quebrada a surpresa de não ir à piscina, mas antes, virar à esquerda para o passeio marítimo. confesso que gostei. na viragem finalmente amainou o vento. mas as pernas começam a dar sinais. e ainda só iam passados 23km.
a recta de algés para ver novamente os meus queridos. largo o boné e sigo rumo à meta. vou ultrapassando alguns atletas (sentimento único, foi a 1ª vezJ, outros passam-me de mansinho. não houve grandes novidades a partir daqui. tentando gerir os ritmos, sentia as pernas duras como troncos. mas sabia que não iria capitular, treino mental à prova e lá fui seguindo. aos 28 km o tiago no passeio voltou à corrida após um incentivo que lhe dei. estava preparado para parar na praça do comércio e lá seguimos juntos. a analice sofria pelos 34 km. ainda tentou colar-se a nós mas apesar do incentivo não deu. já doía por essa altura. em cada abastecimento o sentimento de carinho com que nos brindavam. 5 estrelas. nesse aspecto foi idêntico ao porto.
finalmente a última subida, a seguir a santa apolónia. custou mas foi feita a correr. custou ainda mais a descida … o companheiro que tinha feito paris na semana passada colou-se e levava um spray milagroso nas mãos que ainda serviu ao tiago.
a partir dai sempre em frente, as dores já não eram dores, eram outra coisa qualquer que não poderia incomodar naquele momento. no último quilómetro ainda arranjei ânimo para arrancar. já no parque das nações um ultimo incentivo, forte, forte, do antónio almeida. valeu companheiro. a recta final e o sprint final com o Rodrigo, de mão dada.
terminei, aplique o que aprendi nos últimos 6 meses, tirei 30 minutos ao meu tempo. a marca podia ter sido melhor, mas na história do corpo e da memória fica uma excelente maratona. a vontade de fazer mais e melhor está cá! este é sem dúvida um mundo que desejo manter como parte fundamental da minha via.
OBRIGADO a todos pelo apoio, incentivo e carinho que tive ao longo de todo o processo.
Até breve
ab

2 comentários:

Luis Correia disse...

como é bom ler estas crónicas!

parafraseando uma publicidade, ficamos a saber o que o impossível é nada.

força moço!

Anónimo disse...

Grande António, vamos mas é pensar em treinar para a próxima batermos as 4 horas! :D