segunda-feira, 21 de abril de 2008

De pequenino é que se torce o pepino...

Foto retirada do site oficial da prova.

É só para informar que a grande revelação da Marathon des Sables é um atleta com ESCOLA... foi meu colega no União de Tomar há quase 20 anos.

domingo, 20 de abril de 2008

PROCURA-SE

cenoura

Perdi a minha cenoura em LONDRES. Dá-se alvíssaras a quem a encontrar.

sábado, 19 de abril de 2008

Em imagens...

(clickable photo)

Escolhi esta foto para representar a componente atlética da minha experiência de Londres.

O enquandramento (que "é" Londres, com a London Eye e até um Bobby!), o momento decisivo da corrida (curva de entrada no último km), o meu perceiro dos últimos minutos (um italiano que gemia por todo o lado - lembro que íamos a 4:10-4:15!), o visível esforço final no culminar de muitos meses de treino, e também o sentimento de satisfação pelo facto do corpo (e a mente) terem respondido bem, até ao fim. Tudo isto está nesta foto, para mim.
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E "pedi emprestadas" algumas outras, facto que justifiquei a mim mesmo pelas 35 libras que paguei pelo download da de cima!





A Minha Maratona - PO

Quando participo numa prova, normalmente, tenho um de dois objectivos: bater o meu record pessoal ou, simplesmente, participar na prova.
Da avaliação que fiz (em Dezembro) da minha condição física, da disponibilidade que iria ter nos próximos meses e a falta de disciplina que, normalmente, revelo, achei que um objectivo realista seria terminar a prova.
Dos longões que realizei tinha indicações claras que o meu "muro" não iria acontecer aos 30/35 Kms, mas bem mais cedo, aos 20/25 Kms. A estratégia era aguentar o ritmo do carlos ou do nuno o mais tempo possível, porque sozinho iria ser mais complicado. Estava mentalmente preparado para correr os últimos 15 Kms sozinho, mas num ritmo que me fosse confortável.

A prova correu muito melhor do que eu esperava. Talvez tenha sido um daqueles dias.
Durante as primeiras milhas o ritmo foi lento. Procurei não falar muito para não me desgastar.
Adiei a ingestão de líquidos até ao máximo que achei conveniente, pois na prova dos sinos quando bebi água fiquei com "dor de burro". Assim, só dei um pequeno gole de água por volta dos 15 Kms. Aguentei mais 2 milhas antes de dar um segundo gole. O Carlos sempre que bebia água, oferecia-me um pouco e dizia-me para eu beber, mas lembro-me de lhe dizer "quando me vires a beber muita água é sinal que estou todo roto".

Um pouco antes dos 10 Kms parei para libertar líquidos. Na recuperação para apanhar o Carlos encontrei o Nuno, que já tinha perdido a esperança de ver durante a prova. Disse-lhe que estávamos 100 metros à sua frente, encostados à direita. Quando arranquei, pensei que ele iria atrás de mim, mas nada feito. O Nuno manteve o seu ritmo.
Comentei com o Carlos (várias vezes) que ninguém chamava pelo meu nick name (Buddha). Que até era irritante, porque estavam sempre a chamar um gajo chamado "peter" que vinha mesmo atrás de mim. Aos 15 Kms ainda só me tinham chamado uma única vez. Será que não ia bater o record da meia-maratona de Lisboa em gritaram o meu nome 2 vezes!!
O Carlos trocou de posição e deixou-me ir enconstado à estrada, talvez aumentasse a possibilidade, mas ainda era pior, agora chamavam o carlos e a mim nada! E assim fomos correndo descontraídamente até aos 20 Kms.

Aos 20 Kms abri a embalagem do gel e fui dando pequenos goles até aos 30 Kms. O Nuno apareceu e eu pensei "agora é que o carlos vai acelerar porque o Nuno vem embalado".
Por volta da meia-maratona começa a chover, ao início soube bem, mas a intensidade da chuva foi aumentando e vento começou a ficar mais forte e frio. As sapatilhas, a camisola e o chapéu iam complemente molhados. Pensei "quando ficar com os calções molhados não vai ser nada agradável e ainda falta metade da prova, que m...".
A minha camisola começava a ficar pesada e como colava ao corpo aumentava a fricção nos mamilos. Felizmente que a organização providência vaselina. (ainda não tinha percebido a utilidade do pessoal com luvas azuis).
Entretanto, a chuva parou, a camisola secou e pensei "vou mesmo bem. Nem vou a respirar pela boca".

À medida que faltavam menos milhas, sentia que iamos perdendo gás. Na 1ª milha, o carlos tinha-me dito que ao tempo apresentado em cada milha tinhamos de descontar 1:22, para obtermos o nosso tempo de chip. E como levava a pulseira 3:25:00 ia fazendo as contas.
O tempo previsto aproximava-se perigosamente das 3:30:59. (passavam 4 a 5 minutos sobre i tempo da pulseira) E se ultrapassassemos esse tempo, o carlos não iria conseguir o apuramento para Boston. Esta era a grande oportunidade: o tempo estava fresco, o carlos não sentia nenhuma dor muscular, eu estava fresco e era uma questão de aguentarmos o ritmo e nas últimas 3 milhas dar o máximo.
O objectivo passou a ser terminar antes das 3h31m e comecei a massacrar o carlos com frases como:
"Eu vim a Londres para fazer 3:30 não foi 3:31, mexe-me esse cú", "Não me vais obrigar a ir a Berlin ajudar-te a apurar para Boston", "Nem penses em morrer na praia", etc. Cheguei a puxar-lhe a camisola para que ele se despachasse. No penúltimo abastecimento, fui buscar-lhe uma bebida e cheguei a correr com ela à frente dos olhos dele, para ver se ele aumentava o ritmo. Faltava pouco mais de uma milha, sentia o carlos cada vez mais cansado, dizia-lhe para se colar a mim, mas passados 5 segundos já ficava para trás. Já não sabia o que fazer... também já não sabia se ainda iamos chegar a tempo...
Ao vermos o último abastecimento...viro-me para o carlos e digo-lhe "Nem penses. Acabou-se a água! Bebes água no fim!". Um pouco cruel..
Faltam 800 metros e o carlos não acelera...não vamos conseguir...faltam 400 metros e o carlos não acelera. Entrada na recta final...o relógio marca 3:33:... eu penso "não acredito, não conseguimos". O carlos faz um esforço final e acabamos. Pergunto-lhe o tempo e ele diz "dentro das 3:30".

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Desafio II

O momento "menos" foi:
- Estar em Londres e a pensar que o AB estava a correr sozinho em Lisboa.

Desafio

Aqui ficam os "meus" 3 momentos da preparação para Londres 2008:
- Acordar com um SMS do Presidente a comunicar que a presença em londres estava garantia;
- Todos os treinos domingueiros, especialmente o das Lezírias e o almoço no Vila Itália.
- Acompanhar a preparação do tartaruga através do seu blog.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Lisbon Gold Marathon pelo Tartaruga

pelas 15:50 chegámos a sete rios. na zona da partida os ciclistas estavam prontos a partir para a marathon bike. havia cor e animação.
o espaço não era muito mas dava perfeitamente para aquecer nas calmas. as “casas de banho” eram mais do que suficientes e sem filas. o stresse dos “gels” terem ficado em casa aborreceu-me (estúpido …). a cristina lá foi com as crianças. foi ½ hora com alguma angústia pois sabia que não davam gel nos abastecimentos e são mesmo necessários. finalmente a resignação. chegara a hora da partida e nada de gel. lá parti. a 1ª surpresa, logo na 1ª curva: parada num semáforo com as crianças a gritarem das janelas do carro, a cristina passa-me 2 “gels” para a mão. fiquei grato. remediara-se e agora era seguir. estava calor. tentei ajustar o ritmo mas comecei a perceber o desajuste entre o gps e as marcas oficiais escritas no chão. ao 3º quilometro, pela zona do campo pequeno lá consegui estabilizar. vento sempre contra até virar no campo grande. no regresso pelos túneis e antes da av. da república as buzinadelas do costume. incomodam. poderão ser evitadas se for publicitado o corte no trânsito. lado a lado com uma fila de carros, a inalar uns fuminhos, lá seguimos até ao saldanha. a partir daí foi sempre a descer, sem carros ao lado mas com buzinadelas. a avenida da liberdade estava linda. as árvores faziam sombra, um chapéu verde a proteger-nos. circulava gente pela rua sem trânsito, sem incomodar os atletas e até incentivando. nos restauradores um grupo de jovens já animados ofereceram-me uma cerveja. saberia bem concerteza pois estava quente. muita gente no rossio e o café nicola com grande animação na esplanada, pois a tarde era convidativa. rapidamente a chegada à praça do comércio e a viragem para o cais do sodré. o vento contra começava a sentir-se mais forte. tentei gerir o ritmo. no cais do sodré uma malta britânica dava o incentivo e fazia a festa por detrás dos baldes de cerveja. começava a ter a percepção dos companheiros de ritmo, a partir dos 12 km. o 1º cruzamento com o tiago que avançou e que eu haveria de tornar a ver pelos 28 km. em belém uma boa surpresa – um grupo de escuteiros incentivava estridentemente os atletas. soube bem! por alturas de algés a malta, a cristina, rodrigo e andré. o andré ainda correu um pouco ao meu lado e deram-me uma boa força. na meia a confirmação de que era preciso gerir bem o ritmo. na cruz quebrada a surpresa de não ir à piscina, mas antes, virar à esquerda para o passeio marítimo. confesso que gostei. na viragem finalmente amainou o vento. mas as pernas começam a dar sinais. e ainda só iam passados 23km.
a recta de algés para ver novamente os meus queridos. largo o boné e sigo rumo à meta. vou ultrapassando alguns atletas (sentimento único, foi a 1ª vezJ, outros passam-me de mansinho. não houve grandes novidades a partir daqui. tentando gerir os ritmos, sentia as pernas duras como troncos. mas sabia que não iria capitular, treino mental à prova e lá fui seguindo. aos 28 km o tiago no passeio voltou à corrida após um incentivo que lhe dei. estava preparado para parar na praça do comércio e lá seguimos juntos. a analice sofria pelos 34 km. ainda tentou colar-se a nós mas apesar do incentivo não deu. já doía por essa altura. em cada abastecimento o sentimento de carinho com que nos brindavam. 5 estrelas. nesse aspecto foi idêntico ao porto.
finalmente a última subida, a seguir a santa apolónia. custou mas foi feita a correr. custou ainda mais a descida … o companheiro que tinha feito paris na semana passada colou-se e levava um spray milagroso nas mãos que ainda serviu ao tiago.
a partir dai sempre em frente, as dores já não eram dores, eram outra coisa qualquer que não poderia incomodar naquele momento. no último quilómetro ainda arranjei ânimo para arrancar. já no parque das nações um ultimo incentivo, forte, forte, do antónio almeida. valeu companheiro. a recta final e o sprint final com o Rodrigo, de mão dada.
terminei, aplique o que aprendi nos últimos 6 meses, tirei 30 minutos ao meu tempo. a marca podia ter sido melhor, mas na história do corpo e da memória fica uma excelente maratona. a vontade de fazer mais e melhor está cá! este é sem dúvida um mundo que desejo manter como parte fundamental da minha via.
OBRIGADO a todos pelo apoio, incentivo e carinho que tive ao longo de todo o processo.
Até breve
ab

A prova do tartaruga - em imagens II

Mas que colete e este? Onde esta a camisola branca oficial?
Presidente como e? Nao ha processo disciplinar!!!
Ja basta um dos atletas de Londres ter tentado comprar umas sapatilhas a "masai" para estriar na prova...e agora o atleta AB usa um colete???

7 segundos

PREAMBULO

image Foi um fim-de-semana completamente descontraído aonde estive plenamente relaxado. Como se costuma dizer nas “nuvens”. (ex. pela primeira vez nos altifalantes do aeroporto de Lisboa foi anunciado: “Voo para Londres última chamada para os passageiros CF...”). Claro que todos sabem que por natureza sou uma pessoa calma, mas por vezes essa calma é muito “fogo de vista”. Mas desta vez era genuína. Sentia que estava aonde queria estar, aonde lutei para estar, e com amigos. A partir daqui só podia relaxar e absorver ao máximo todas as sensações.

Talvez esteja a mentir um pouco...

O Sábado foi um pouco tenso para toda a GAFE. Estivemos em “pulgas” para saber novidades de Lisboa. Conforme as horas iam passando a ansiedade ia aumentando na esperança que um SMS que nos revelasse a performance do nosso representante em Lisboa.
Finalmente apareceu a boa noticia. Performance concluída com êxito... FINALMENTE podíamos relaxar...

PARABÉNS BENTO.
E já com outros planos. FANTÁSTICO.

Em termos nutricionais foram introduzidas algumas novidades pelo nosso amigo Pedro que mais tarde vos contarei em privado. Não quero queimar o homem aqui...

A MARATONA

Relativamente à prova tenho dificuldades em descrevê-la.

Mas foi, sem qualquer hesitação, a melhor maratona que corri até hoje. Ainda bem que em 2005 quando tentei participar nesta prova o sorteio me foi desfavorável. Estes anos permitiram-me participar noutras provas internacionais e assim ter padrões de comparação mais justos.

A concentração

Os organizadores têm muita experiência e têm tudo planeado ao detalhe não existindo grandes pressões nem confusões. A concentração dos atletas em Greenwich Park, antes da partida, estava envolvido num ambiente completam fantástico aonde os atletas puderam relaxar, apesar do frio que estava. Deambulei um pouco pela zona de partida azul e fiquei completamente extasiado com tanta “cor”. Só pela partida já valia a pena estar presente.

Ao aproximar-se a altura da partida a horda começou a equipar-se a rigor com o equipamento seleccionado desde há muito. A curiosidade aumentou... todos nós olhávamos... de vez enquanto alguns gracejos eram dados quando se viam alguns atletas equipados fora do habitual (de banana, de garrafa, et, etc,).

image image

Mais em cima da hora começou o tempo dos pequenos aquecimentos acompanhados com libertar dos últimos metros cúbicos de fluidos.

A Partida

A partida da prova é ordeira.
Comecei a correr rapidamente, demorei 1m 20s (linha azul porta 3) até à linha de partida. O ritmo inicial da corrida é um pouco lento mas nada de extraordinário.
Na partida a GAFE estava junta, mas mal foi dado o tiro separou-se. O Pedro Teixeira e o Luis foram no seu ritmo de Alfa Pendular eu e o Pedro Oliveira ficamos juntos com o Nuno um pouco atrás pois teve que fazer uma mudança de líquidos antes da partida.

“GO...”

Desde os primeiros metros há apoio da população, mas nada comprado com os km’s que se seguem: há locais aonde sentimos que vamos completamente levados ao colo pelo apoio da multidão. Principalmente quando chamam pelo nosso nome. Como tinha o nome na camisola “ GO-CARLOS” ecoou muitas vezes, mais que vezes que “GO-Buddha” para irritação do Pedro Oliveira, que durante a corrida já conjecturava algumas teorias da conspiração para explicar o facto.

As expectativas

O percurso é muito bom e motivador, mas relativamente a este ponto, já tive em outros locais tão bons ou melhores que estes.

A minha prova correu muito bem. Não tinha grandes expectativas iniciais. Ia fazer o melhor possível, mas senão conseguisse um bom tempo nada mudaria como ia ver esta prova. Em todas as provas em que entro o mais importante é participar mas nesta isso assumia ainda maior importância.

No pulso tinha uma fita com o ritmo para 3h25m, mas sabia que não tinha pernas para essa marca. Ela estava lá, porque queria ir à boleia do intercidades o máximo de tempo possível. E vamos confessar “podia ser que estivesse num dia fantástico” e que saísse um tempo canhão. Mas como todos nós sabemos nestas coisas de maratonas não há milagres. E nas ultimas semanas (desde a meia da ponte) pouco treinei pois uma pequena lesão, tipo Yo-Yo, nos adutores não me largava.

As milhas

O intercidades tinha traçado um plano “infalível” para enfrentar esta Maratona. As primeiras 3 Milhas lentas daqui até às 20 ritmo de 4:45/Km e dai para a frente o que fosse possível.

Partimos lentinho sem pressas, estávamos um pouco preocupados com o Nuno mas sabíamos que ele devia estar a poucos metros. As primeiras duas milhas foram cumpridas a ritmo 5:17 um pouco acima do planeado (+35s). Tentamos ir aumentando o ritmo para irmos recuperando o tempo perdido. Atingimos o pico de velocidade por volta da milha 8 (4:46) a partir dia senti que não devia continuar a acelerar devia agora acalmar e baixar o ritmo com o objectivo de baixar das 3h30m.

Sem falarmos sobre o assunto daqui para a frente ligamos “Cruiser control” ligeiramente abaixo de 5:00/km. Por volta da meia-maratona foi uma confusão de sentimentos. Fiquei feliz pois finalmente o Nuno chegava ao pé de nós mas preocupado pois pensei que ele, que vinha a cumprindo mais ou menos os objectivos traçados (menos 35s que nós devido à partida mais lenta), ia meter a mudança e tentar puxar por nós. Mas nesse momento começou a chover e a temperatura baixou e tivemos todos que cerrar os dentes para conseguir manter o ritmo. Sempre gostei de correr à chuva mas começava a ficar com as mãos completamente geladas, com a camisola pesadíssima, com os olhos a arder, com medo de escorregar e cair. Durante esta fase não corríamos completamente em grupo estávamos perto um dos outros mas com muitas flutuações de ritmos.

Entre os 25 e 30 km perdemos novamente o Nuno e só reparamos depois de deixar de chover. Bem olhávamos para trás mas não o víamos. Aumentamos um pouco ritmo depois de deixar de chover.

A partir dos 30Km o Pedro Oliveira começou a fazer contas de cabeça e viu que apesar de estarmos novamente a recuperar estamos com 30s de atraso para o meu objectivo.

Se até aqui a companhia do Pedro tinha sido muito boa para mim, daqui para a frente assumiu um papel fundamental. Começou por me incentivar mas os parciais continuava a apresentar atraso em relação ao objectivo (43s, 49s, 50s...) até aos 69s aos 40km. Aqui já sabíamos que não ia fazer abaixo das 3h30m. Objectivos redefinidos ficar no minuto 30.

Se até aqui o Pedro só me incentiva a partir daqui mudou de estratégia: ameaças e chantagens foram constantes e de todo o tipo. Chegou ao ponto de pensar em empurrar-me, puxar-me ou se calhar levar-me memo às cavalitas.

Mas lá me consegui safar de uma boa sova pois na recta meta liguei o TURBO.

3h30m53s

record pessoal (batido por 5s) e tempo de qualificação para Maratona de Boston (por 7s). Estes segundos foram conseguidos porque a capacidade de sacrifício e amizade do Pedro Oliveira consegui parar o relógio durante 7 segundos.

A seguir

Estou em período de reflexão e de ressaca.

As Majors quero fazê-las. Quando? Não sei.

Boston terá que ser em 2009, ou então tenho que fazer tempo de qualificação melhor depois de 23 de Setembro.

Eu gostava de ir a Boston com o máximo de elementos da GAFE. Mas não deve ser um sonho fácil.

Depois vemos...

A assembleia geral da GAFE tem que se reunir para tomar decisões.

FIM

A crónica já vai longa, as restantes histórias ficam para ser contadas e recordadas nas próximas jantaradas da GAFE. Mas antes de terminar quero agradecer agenciada de viagem irlandesa Sports Travel que tudo organizou de forma muito eficaz e profissional (até na entrada do hotel tinha funcionários que verificavam a chegada dos atletas).

Pode ser que nos leve num futuro a NY.

A Minha Maratona...


Escrever sobre a Maratona de Londres não pode começar de outra forma que não por salientar o fantástico evento desportivo e humano que esta prova é. Uma organização sem mácula, uma energia humana como poucos eventos conseguem atingir, um conjunto de voluntários genuinamente envolvidos e simpáticos (ainda recordo o sorriso de uma assistente, várias horas antes da prova, a desejar-nos boa sorte no caminho para a partida...) e um público “do outro mundo” a assistir, aos milhares ao longo de praticamente todo o percurso. Tinha o meu nome gravado na camisola e ele foi chamado (gritado, cantado... ouvi de tudo) centenas de vezes. Chegou mesmo a comover-me, pelo entusiasmo altruísta que revelavam tais incentivos: não havia outra resposta de agradecimento que não fosse ir até ao fundo das forças e continuar a puxar! Durante cerca de 30-45 minutos choveu “a potes” e estava frio... e eles não arredavam. A habitual timidez e espírito introvertido dos ingleses (pelo menos quando abstémicos) ficaram em casa ontem...! Que espírito...

Tendo participado na maratona de Boston, considerada a “rainha das Maratonas”, posso dizer que o evento em Londres é em quase tudo comparável. Talvez em Boston com mais “abertas” de público durante o percurso (pois passa por mais estradas de campo) mas com bastante mais público na parte final (já na cidade), em grandes bancadas montadas para o efeito. A diferença para mim, para além do facto de em Boston ter acabado perfeitamente exausto, é que lá não tinha o meu nome na camisola. Faz diferença! Dois pontos menos positivos deste evento (até por comparação com Boston): a quase ausência de Portugueses, quer entre os corredores (não detectei nenhum e levava a nossa bandeira gravada nas costas, pelo que teria tido um comentário se passasse por alguém) quer entre o público (de entre as centenas de “go, Pedro!”, em nenhum ouvi um sotaque lusitano); e também a partida, que é lenta, o que quase inviabiliza um recorde pessoal, para quem poderia andar lá próximo.

O Luís já descreveu parte da nossa corrida... De facto senti-me bem desde o início. O que estranhei, pois todo o período de treino e sobretudo as últimas 3 semanas foram desencorajantes, com muitos poucos treinos em que me senti leve e a evoluir. Apenas como exemplo, em Mafra (apenas uma semana antes desta prova) foi-me completamente impossível correr mais rápido que a 4:25-4:30 (não conseguia acelerar, simplesmente) e acabei cansadíssimo... depois de apenas 15 km. E há duas semanas (Domingo), em Aveiro, tentei correr e estava tão “pesado” que apenas fiz um jogging de 30 minutos. Daí que, nestas semanas, optei por praticamente apenas descansar (para frustração do meu “treinador” Galego), pois cria que só assim o cansaço muscular acumulado (que para mim, ainda vinha de Florença, em Novembro) poderia amenizar, talvez ainda a tempo de “aproveitar” as adaptações ao treino que foi sendo feito desde Dezembro. Parece que a estratégia resultou, ainda que a minha percepção não tivesse sido essa...!

Tínhamos assim decidido, eu e o Luís, correr para 3h10, o que qualificaria o Luís para Boston. Na minha mente, eu nunca iria baixar das 3h00 e correr ao lado do Carlos (teria adorado fazê-lo) seria sempre muito difícil para mim, dada a grande diferença de “passo de conforto”. Por isso marquei o “compasso” (ajudado pelo GPS) para o passo inferior a 4:20 e lá fomos, eu e o Luís, depois dos abraços de boa sorte iniciais entre todos (e outros rituais fisiológicos por parte de alguns atletas da GAFE, que me dispenso de incluir neste fórum... digamos que envolvem garrafas de água!). Os primeiros kms foram lentos, por entre a multidão, tendo terminado os primeiros 5 km a ritmo de 4:38. Depois lá acertámos o ritmo e o meu GPS marcava sempre 4:18-4:20. E assim fomos até perto da meia-maratona. O Luís parecia cansado e manifestou desde cedo algumas dificuldades motoras (começou a prova praticamente a coxear, o que me assustou um pouco) mas fomos juntos até aos 20 km aproximadamente. Mais concentrados do que descontraídos, mas ainda assim apreciando o espectáculo que são estes eventos, visto por dentro. Mais homens que mulheres. Muitas pessoas a correr para caridades diversas. Algumas pessoas com deficiência motoras (p.ex., amputados, a correr com pernas artificiais). Algumas bandas de música. Guerreiros Masai a correr pela sua causa. Muito público! O Luís já me tinha para ir embora mas eu não estava convencido que o queria fazer e por isso ia olhando para trás com frequência para me certificar que ele vinha comigo. A certa altura olhei para trás e percebi que ele não vinha por perto. Começou então a chover, cruzei a meia (1:33:48) e o frio e chuva “obrigaram-me” a acelerar... Sentia-me bem. Gosto de correr em competição com chuva. Dá-me um incentivo extra para aquecer e quase sempre desperta o “competidor” em mim... cerra-se os dentes e vamos mesmo para a frente, com a chuva a bater na cara! Fiz os 5 km seguintes em 4:06 e depois em 4:12, os meus melhores 10 km da prova. A chuva caía forte nessa altura e ficou também mais frio. Mas com o chapéu a proteger os olhos da chuva e o público a puxar – cheguei a sentir pena deles, tal era a chuva e frio – foi simultaneamente um difícil mas muito especial momento de prova. Na verdade, mesmo com o público a puxar, sente-se que nada ajuda naquele momento a não ser a nossa própria resistência física e mental. Só há um caminho a percorrer em momentos assim... e não é para trás nem é parar! A chuva passou de seguida (pelos 30 km), o equipamento secou e então viria, pensava eu, a parte mais difícil... Sinceramente pensava que iria ter de abrandar o ritmo. Mas consegui manter o passo de 4:15 até ao fim, com dificuldade, que é inevitável, mas nunca em grande sofrimento. Não se compara com o que sofri noutras provas para manter passos bem mais lentos na parte final. Sem ter bem noção do tempo acumulado que estava a fazer, houve alturas em que pensei poder estar a passo para 3h00. Mas nas últimas milhas fiz umas contas e percebi que mais uma vez ficaria um pouco aquém. Mesmo assim puxei até ao fim (penso que, depois da meia, apenas um corredor me ultrapassou – e era claramente um “elite” que vinha a passear/treinar, tal a sua velocidade) e soube-me muito bem fazer algo que raramente faço – acelerar para a meta. Sem ninguém ao meu lado (acho algo ridículos sprints entre “corredores de pelotão”, no final de maratonas), mas porque me sentia bem. E porque sabia que estava no minuto 3:02... e preferia terminar neste que no minuto seguinte!

Vi agora que terminaram a prova cerca de 34,400 atletas. A minha posição foi de 1268 na classificação geral (cerca de 96% dos participantes terminaram depois de mim). No meu grupo de idade (M35-40), terminei na posição 318 de entre 4364 que terminaram (ou seja, percentil 93%). O 1º do meu grupo terminou com 2h11 e o último com 8h17. Incrível em ambos os casos, embora por razões diferentes...

Os minutos que se seguem a terminar uma Maratona são sempre incrivelmente especiais. Há lágrimas que querem sair, provavelmente como resposta do corpo-mente a um misto de alívio (e pena!) por ter acabado, orgulho e satisfação por se ter conseguido, exaustão física e dores musculares, e um forte sentimento de comunhão com outros (corredores, público e voluntários). Desta vez as lágrimas não saíram, mas esteve perto... É tempo para muitos abraços, apertos de mão e sorrisos de parabéns genuínos trocados entre pessoas que nunca vimos antes nem nunca mais veremos. E para a foto oficial final, já com a medalha, à frente de um cartaz da prova. Estive sozinho largos minutos neste estado, a ver outros a acabar a prova e a saborear o momento... A pensar que foi exactamente para este momento que todo o treino se fez. Impossível não relacionar agora este momento com a teoria de que, como seres humanos, temos três necessidades básicas para funcionar ao nosso melhor e sentirmo-nos integrados e felizes: autonomia (sermos nós a comandar uma boa parte do nosso destino), competência (em algumas áreas da nossa vida, pelo menos) e comunhão relacional. Não tenho dúvida que as três foram evocadas durante este evento (e também na sua preparação), o que ajuda a explicar a profunda satisfação e tranquilidade que se sente.

Fazer uma Maratona é semelhante a passar por um ritual de sacrifício físico, de entre os muitos que a nossa espécie criou e usou ao longo dos tempos. Sai-se mais forte do outro lado e o significado de estar vivo (por vezes não sabemos se vamos resistir...) fica mais aparente. E é um desafio provavelmente também semelhante a escalar uma montanha dura, até ao topo. Porquê fazê-lo?! Porque está lá (em “cima”). Nós estamos aqui (em “baixo”). Será que conseguimos “lá” chegar...? O que vamos sentir? Infinitamente curiosos os seres humanos. Acerca do que está para além. E acerca de nós próprios, da nossa natureza e dos nossos limites.

Uma última palavra para os companheiros da GAFE. Não são precisas muitas palavras, de facto. Não poder partilhar tudo isto com eles diminuiria grande parte do seu significado e isso diz quase tudo. Agradecer também não se adequa... Somos “parceiros de viagem” e a entreajuda, o respeito e a amizade são as notas dominantes, sem nenhum sacrifício, dádiva ou dívida. Neste grupo, como em tantos, é necessário um balanço delicado entre as metas individuais e as metas colectivas. E cada “equilibra-se” o melhor que sabe e é capaz. Embora o “equilíbrio do conjunto” que (naturalmente) se atinge seja muito saudável, é justo reconhecer aqueles de nós que zelam por este balanço com mais especial carinho e dedicação. Em particular o nosso Presidente Carlos, verdadeiro pilar e farol da GAFE, qual capitão de equipa de Taça Davis! Com um talento natural para encontrar o compromisso saudável e persuadir-nos de forma irrecusável na direcção do melhor caminho para todos. E tão felizes que todos ficámos por ter atingido (por 7 segundos!) a sua marca de qualificação para Boston 2009. Merece mais que ninguém. E também o nosso Escriba Bento, dotado de outros talentos, com inspiração de poeta e a palavra afiada de um cronista, sempre atento aos pormenores da equipa, sempre presente e sempre positivo. Incansável na sua dedicação “à causa”. (E também autor da minha expressão favorita sobre corrida, à minha pergunta “Porque corres, Bento?”... Resposta: “É o controlo total...!”). Um abraço também ao irreverente Cabeça, pessoa tão original como amiga, que nos aquece com o seu humor, discreto mas muito refinado. Outro ao nosso Buda Oliveira, que nos acalma com a serenidade e a sabedoria de quem corre para outras “corridas”. Outro ao Luís, competidor nato, que nos ensina e “empurra” para a frente com a sua determinação e grande capacidade de sofrimento. Ao Elvis (grande treinador!), Paulo (devagar se chega longe e o Paulo não é homem que desista...), Barrigas e António Luís desejo que nos possam acompanhar no futuro nestas andanças... E não é desejar pouco!! E... quase me esquecia, o mesmo desejo para a Ana! Quem sabe se Berlim em Setembro será o magnífico palco para novas internacionalizações GAFE...?! Eu conto estar.

Completar as 5 provas que integram as “World Marathon Majors” (o “Grand Slam” da coisa) – Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova Iorque – passou a ser uma meta. Já só faltam três. Numa delas gostava de baixar das 3h. Noutra gostava de “conseguir” correr sem relógio e sem preocupações de tempo. E na última... Bom, o objectivo para a última destas maratonas reservo apenas para mim...!


Continuemos a CORRER...

Pedro Teixeira

P.S. – AQUI fica um registo analítico das nossas provas, para os mais interessados...

terça-feira, 15 de abril de 2008

some moments at London 2008



The day before:






Some hours later:





the day after:


my london marathon 2008

  • Foi uma grande jornada!
  • Foi uma grande honra participar nesta prova, para além da grandeza da mesma a performance com que foi corrida – os 3 primeiros na casa das 2h5min
  • Foi difícil para mim, mas controlado, não foi um sofrimento como no Porto em 2006, desta vez pelo menos a mente resistiu, o “filme” está aqui
  • Nunca consegui atingir o ritmo que pretendia, senti-me algo preso desde o início
  • Nunca tinha visto uma organização tão boa
  • Nunca seria capaz de fazer o que o Luís fez
  • Agora vou ter um mês de Maio cheio de provas
  • Agora vou-me inscrever com a João na prova para Caminheiros “Guincho serra e mar” - 6 Km
  • Agora vou fazer mais 3 este ano

    PS. Carlos! Mais uma vez obrigado e desculpa o cheiro com que chegaste a casa... :(

a prova do Tartaruga - em imagens








domingo, 13 de abril de 2008

A Minha Maratona - LN

A minha maratona foi difícil, aliás muito difícil! Durante as últimas semanas muitas vezes pensei em não fazer a fazer, ou antes participar em apenas parte da prova (talvez fazer os últimos 25 Kms a puxar pelo PT).

No entanto, conseguirmos a inscrição em Londres não foi fácil e será que conseguiria voltar a ter uma oportunidade nos próximos anos?

Tive uma preparação muito difícil, com sucessivas lesões que me permitiram treinar apenas 383Kms, desde 20 de Janeiro (11 semanas - 34Kms/média por semana) - e fiz muitos treinos em sofrimento. Apenas fiz um treino com mais de 30 Kms.

Na véspera, decidi que iria fazer toda a Maratona - não podia perder parte da festa - mesmo que tivesse que fazer parte em sofrimento! Apontei para as 3h15m (seria realista?).

Começámos lentos (eu e o PT) porque a multidão não nos permitia correr mais rápido, mas a 4 Kms já estávamos ao nosso ritmo. O PT estava mais leve que eu. Senti-o quando ficou para trás por 2 vezes (WC e alongamentos) e num ápice se colou a mim. Um pouco antes da meia disse-lhe para arrancar porque estávamos com ritmos diferentes.

Pouco depois da Meia comecei a sentir uma fortissima dor de barriga que me levou a fazer uma primeira paragem num wc, que nunca mais aparecia (estava com um desarranjo intestinal). Nos Kms seguintes fiz mais 4 paragens em WCs (conheci 2 WCs portáteis, o wc dum supermercado dum Indiano simpático, o dum restaurante de Fish & Chips e o dum Hotel de 4*). Nessa altura estava de rastos e ainda faltavam 15 Kms. Quantas mais vezes pararia para ir ao WC?

Entre os Kms 25 e 30, fiz 5m41 de média, e entre o km 30 e 35 , fiz 5m37 de média (com as paragens) - até então vinha com 4m32 de média. Pensei muitas vezes em desistir.

Recuperei o bem estar intestinal e mantive-me até ao final perto dos 5m/km, incentivado pelos milhares de espectadores que gritavam e incentivavam os atletas - extraordinaria a sensação. Foram eles que me levaram até ao final!

No final fiz 3h26m53, à média de 4m54, o que considerando as falhas na preparação e as ocorrências da prova não foi um mau resultado.

Muitas e boas corridas para todos!

PARABÉNS CAMPEÕES

seguir em track, online, é mais difícil e custa mais do que estar aí convosco!
parabéns a todos. espero que tenham desfrutado de uma maratona única. aqui fica o resumo retirado do quadro.
admiro-vos!

» TEIXEIRA, PEDRO (POR) 3:02:37
» NUNES, LUIS M (POR) 3:26:53
» OLIVEIRA, PEDRO (POR) 3:30:51
» FERREIRA, CARLOS A (POR) 3:30:53
» CABECA, NUNO J (POR) 3:39:48

permitam-me uma palavra especial ao presidente:
boston time presidente - estás lá e que prova, 1h45m13" + 1h45m40". fantástico!!! que melhor exemplo para a nossa presidência?
pedro t. grande turbo Amigo, que bomba. insuperável, grande split.
luís, imagino o sofrimento, apenas imagino, grande guerreiro! e vêm aí dias melhores, não duvides.
buda, sei que mais uma vez te deste ao gafe. um exemplo. um Amigo dos que são precisos nas nossas vidas! parabéns pela marca sem treinar ;-)
nuno, companheiro, não foi uma melhor marca mas começa-me a cheirar que esse corpo já está mais para ultras! é outro ritmo ;-). parabéns pela perseverança. e o olhar é prá frente!

saúde companheiros, boa recuperação e bom regresso.
ab

Track on line

estou em track, on-line e já vi os tempos aos 5 e 10 km.
força campeões, é manter esses ritmos e terão boas maratonas.
abraço
ab

sábado, 12 de abril de 2008

Segurança reforçada na portela

hoje de manhã a notícia de 1ª página no pasquim dos olivais é a de uma multidão em delírio e lacrimejante, tal a emoção, para assistir à partida do mestre guru kabessa e do buda oliveira, rumo a londres.
os homens hasteavam bandeiras, as mães, avós e sogras de família olhavam ternamente os 2 atletas, na convicta esperança de que as suas filhas, netas ou noras tivessem acesso a este euromilhões matrimonial.
as filhas, noras e netas, gemiam, gritavam, choravam, beliscavam a pele, as bochechas, as coxas, não conseguindo esconder o estado de histeria colectiva.
nem elvis, nem elvis - o presley claro, que o galego anda escondido - referia um dos mais antigos funcionários da portela - o melhor bagageiro dos aeroportos do mediterrâneo, com 98 anos e a intacta esperança de chegar activo a alcochete - daqui não me arredam, "jamais", "jamais", mencionou várias vezes a quem o conseguia ouvir no meio do delírio.

os 2 atletas, experientes e habituados ao passeio da fama, distribuiam sorrisos e alguns autógrafos, os possíveis, devido ao apertado cordão de segurança, assegurado pelos amigos japoneses da buda, os 4 lutadores e campeões de sumo, especificamente chamados para esta ocasião.

à imprensa afirmaram que tudo havia corrido como o planeado e que esperavam uma excelente maratona em londres. soube-se ainda que o contingente gafista que ontem seguiu já estava instalado, com uma falha grave, pois o atleta luís nunes ingeriu um composto de sushi à base de atum, em vez dos almejados hidratos.
uma funcionária inlgesa da empresa de catering "gafe on the road" de seu nome souraya, lamentavelmente confundiu o atleta com um dos portadores da tocha olímpica, quer andava perdido em londres à procura da chama.
o senhor presidente e o guru pedro t. deixaram os londrimos atónitos com as suas técnicas de treino, nomeadamente o flectir da coxa rumo ao arranque e a facilidade de treinar e fotografar ao mesmo tempo (é de presidente).

o atleta buda com um sorriso matreiro despediu-se da multidão com um piscar de olho que levou ao desmaio as teenagers mais sensíveis. da sua bagagem de mão escorriam ainda as últimas gotas da lavagem das sapatilhas, esta madrugada, a 60 graus.
mestre kabessa sereno, reptia as palavras camel, camel, deixando confusos os jornalistas. referia-se concerteza à mochila camel, antecipando já próximos desafios na zona atlântica.
o presidente da câmara municipal de grândola aposta forte na presença em agosto de mestre kabessa na ultra maratona, como forma de dinamizar a actividade de antigos judocas, convertidos ao mundo da corrida.

o tempo em lisboa está ameno, o sol brilha, o pequeno almoço foi tomado, pão branco em bola com doce de morango e leite de soja com chocolate.
o jardim zoológico prepara-se para receber um tartaruga com 70 quilos e com o equipamento oficial do gafe.

saúde companheiros, diversão, prazer e momentos únicos ...
grande e forte abraço
ab

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Crowd at Heathrow for GAFE

A roudy crowed of... well... 3 people and 1 dog... were waiting for many hours for the on-time arrival of the first athletes from GAFE, the widely popular running group from Lisbon.

The 2 representatives were absolutely stormed by the crowed asking for autographs, Port wine, and other memorabilia... it was hectic! Even the Glasgow supporters (still drunk), were baffled by the confusion...

At the press conference, live in BBC, the main question was: When is the representative of Tibete arriving? And is his bodyguard (known in the secret service only as "NK") coming with him?? He is scary!

Next is meeting the Queen..

More news later...

GAFE President CF and his Secretary (and translator... looking for a job at Chelsea... now the other one has left).

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A minha Maratona

A horas da partida, depois de uma semana atribulada (a começar pela péssima experiência desportiva nos Sinos), deixo aqui o meu testemunho de uma preparação muito difícil. Sinto que nunca recuperei a sério de Florença. Raros foram os treinos em que me senti leve e em forma. Os treinos pareciam não resultar nas adaptações fisiológicas esperadas. Talvez porque o meu tempo de recuperação era quase sempre tempo de "aceleração" no trabalho. Nesta história, enalteço também 3 apectos:

- O apoio incondicional do galego Elvis Carnero, que tudo (me) fez para que a preparação fosse o mais científica possível. Obrigado.

- O almoço no Villa Italia após o longo longão. Não teve preço... pela companhia e conversa, qualidade da comida, significado simbólico desse treino e ambiente fantástico a ver o mar, numa calma tarde de Primavera. Momentos que ficam.

- Os muitos treinos com o Presidente, sempre próximo e atento, sempre solidário e amigo, na sabedoria e calma dos seus 43 anos :)

Mas o caminho é para a frente! E ainda que bater 3h00 não seja de todo realista, vou participar na Maratona de Londres - que privilégio! E com os compinchas de sempre (menos uns que por cá ficam a torcer - e por essa altura já a doer!). O desafio é mesmo PARTicipar... ou seja, fazer PARTE. Da feira da prova. Das grandes massadas do dia anteror. Do pequeno-almoço no Domingo (lá vou ter de fazer de Xerife Nutricional, já sei...). Da excitação de chegar ao local da partida. De fechar os olhos uns segundos antes do tiro (para melhor sentir e absorver a energia daquele grupo de gente maluca). De desejar boa prova aos colegas, com aquele olhar cúmplice de quem sabe que não se faz isto todos os dias. De olhar à minha volta a apreciar a diversidade de corredores unidos para a mesma meta (milhares de metas distintas, de facto). De saber que pelas mesmas ruas correram minutos antes verdadeiros atletas. De ouvir o meu nome e ver na cara (nos olhos) das pessoas na rua genuíno encanto com tamanho espectáculo humano. De sentir os kms nas pernas... De temer não chegar ao fim. De saber que vou chegar ao fim. De chegar ao fim ainda a correr. De cruzar a meta com um sorriso e uma sensação que não se descreve... Para poucos minutos depois começar a desejar participar noutra. Apenas porque posso. E porque quero.





dedicatória

é um pouco pimba (eu sei...), mas dedico o refrão a todos os maratonistas deste fim de semana:

Resistiré, erguido frente a todo
Me volveré de hierro para endurecer la piel
Y aunque los vientos de la vida soplen fuerte

Soy como el junco que se dobla,
Pero siempre sigue en pie
Resistiré, para seguir viviendo
Soportaré los golpes y jamás me rendiré
Y aunque los sueños se me rompan en pedazos

Resistiré, resistiré.


desafio

aqui estão os meus 3 momentos:
  • o sms do carlos a dizer que realmente iria acontecer
  • a má gestão da meia maratona de lisboa
  • os últimos 7 km, do longão de 35 (aí senti que se calhar estava lá...)

o melhor está para vir...

abraços!

As últimas

Senhor Presidente
Caros Companheiros
notícias de Lisboa:

dorsal 270
equipamento para sábado: calção cinzento, camisola nike pro elástica preta, justinha
colete kipsta :-) laranja apenas para pregar o dorsal (não há problema tem muitos poros e com o vento até deve bailar - se chatear muito rasgo-o e fica apenas o dorsal)

(mestre kabessa: lembras-te das futeboladas onde usámos este colete? ;-)

temperatura: se estiver como hoje, é a ideal, entre os 11 e os 13/14 graus.
vento: forte até cais do sodré, depois abranda (se se mantiver como hoje no reconhecimento do percurso da 2ª metade)

Um abraço ENORME todos, boa viagem
um abraço ENORME ao Paulo Nuno, falámos há pouco e não vai fazer por lesão - outras virão aí Companheiro
um abraço ENORME aos restantes gafistas, que vão roer as unhas até terem resultados finais e vão estar a torcer mais do que pelas suas paixões futebolísticas.

pedro o.: parabéns ao nosso Budda, pelo histórico cumprimento do plano de treinos nesta semana :-)))

abraço
este fim de semana é nosso, tem o cheiro do GAFE!
VIVA O GAFE e os seus guerreiros!
ab

terça-feira, 8 de abril de 2008

DESAFIO

O BENTO tem razão. As hostes têm que se animar.
Aqui vos deixo os momentos altos que passei neste processo de treino e as expectativas que tenho antes de iniciar a participação na Maratona de Londres.

MOMENTOS:
- o primeiro jantar da GAFE antes do do treino para a Maratona – passado umas horas após o jantar fiquei a saber que LONDRES era possível;
- o treino das Lezírias – não só pela estreia da Ana mas pelo ambiente que o rodeou;
- a meia Maratona de Lisboa - tudo me correu bem e onde me “excedi” (isto se o meu objectivo principal fosse a Maratona de Londres);
- o longão final –não terminei mas estive num almoço que vou recordar durante muitos anos.
- o ultimo jantar da GAFE antes da Maratona – pelo bem-estar.
- e por outros pequenos nadas que fui sentido.

EXPECTATIVAS:
Esta irá ser a minha décima primeira Maratona e a minha quinquagésima prova desde que recomecei a treinar no dia 11 de Junho de 2002 (treino de 2,8km em 17:30). Desde esse treino já corri 11067 Km. Tantas coisas já se passaram enquanto calcorreava todos estes quilómetros que até me sinto ridículo em definir outra expectativa que não seja:
TERMINAR
estes 42,195Km gozando o máximo que puder cada passada.

Obrigado amigos.

os sinos dobraram...

a minha (em forma de ensaio dos primeiros 15 k) foi assim


o afonso (o meu sobrinho), viu isto:






segunda-feira, 7 de abril de 2008

ontem nevou em londres


o meu dorsal em londres vai ser o 55805 e parece que vamos partir da zona azul... claro a da elite...

até já!

Já percebi ...

é o silêncio do balneário, antes dos jogos a doer!
vá lá pessoal, mandem umas bocas.
desafio: cada um que deixe um post com os 3 momentos mais marcantes no percurso para 13 de abril (12 no meu caso).
dou o mote:

- longo de 35 km, só, distante, mas sempre com o gafe
- acreditar que a lesão seria ultrapassada
- o gafe, os jantares, as cumplicidades, esse aglomerado de afectos ...

- Ah! como sou o 1º tenho um bónus - a Ana, que inundou de verde a vida da primavera gafista

abraço
ab

domingo, 6 de abril de 2008

As fotos da janta









desculpem o atraso.
abraço
ab

sábado, 5 de abril de 2008

Jantar do GAFE - Acta - Corrigida

Caro relator,
Considero que a redacção da acta se encontra incompleta uma vez que é omissa face aos compromissos/objectivos assumidos pelos atletas. A saber:
- PT: completar a lista das 5 maratonas mais prestigiantes: Boston, New York City, Chicago, London e Berlin;
- AB: objectivo 1 - correr a "Midnight Sun Marathon". Estando já em fase adiantada da sua preparação, uma vez que dia 12 vai correr uma maratona que inicia às 23.00 (última hora conhecida). O local de partida dessa prova é na expo, passa no zardim zoológico e termina ainda não se sabe muito bem onde...
objectivo 2 - terminar o ironman do havai sem sangrar dos mamilos.
NK: rapar o resto do corpo;
LN: só correr 50 Kms este sábado, pois no domingo vai correr a Mafra. Terminar a maratona de londres em 2:59:59;
CB: correr uma maratona com a GAFE;
CF: que na maratona de Londres a organização não acrescente segundos ao seu tempo de chegada (3:25:00).
PO

Jantar do GAFE - Acta

Pessoal aqui fica a acta:

aos 4 dias do mês de abril da graça do senhor do gafe e dos anéis de londres e lisboa, reuniu-se a assembleia magna da colectividade no espaço recreativo il fattocato, sito na marina de cascais.
presentes: senhor presidente, pt, nk, po, ln, cb, ab.
presentes, sempre, embora ausentes corporalmente, todos os restantes membros, associados, famílias e legião de fãns da colectividade.
a reunião iniciou-se com a escolha dos sólidos e dos liquidos. o senhor presidente teve direito, por inerência e estatuto a um líquido especial de corrida. rapidamente se passou às perspectivas futuras. ainda mais apressadamente se passou à votação por unanimidade da aceitação da soraia como atleta da colectividade. para tal apenas é necessário apresentar-se em londres no dia 13 ou, de preferência, em lisboa no dia 12 de abril, munida de tecnologia plasma hd. a incorporação do canal premium sport tv será imediata, com escolha remota ou não (as especificações técnicas recomendam a instalação não remota, para realização imediata de testes de configuração do canal e avaliação das conformidades - a política de qualidade do gafe não admite as "não conformidades" na aceitação de novos membros).
celebrou-se o momento com a mousse especial da casa, regada com porto por alguns atletas - anteriormente havia seguido fax para a comissão nacional anti dopagem de forma a reter os seus membros na leitura do mesmo - tinha 432 páginas.
finalizados os cafés por 3 atletas, procedeu-se ao encerramento da sessão com uma última rodada de fotografias, perante os olhares deleitados dos jovens da linha de cascais, que imedidatamente iniciaram uma perseguição frenética aos carros que arrancavam, pretendendo aderir à colectividade.
com devida autorização presidencial e especial procuração, assina,
ab

sexta-feira, 4 de abril de 2008

aqui já dá para ir vendo

o tempo em londres:

aqui ou aqui
aqui também aqui
até aqui

abraços

terça-feira, 1 de abril de 2008

Atenção

Apesar da organização ter obtido uma licença especial para o dia da corrida espero sinceramente que todo o grupo a correr em LONDRES tenha algum decoro.